Inventário Judicial x Holding Familiar: O Que é Mais Vantajoso? 

Definição de Inventário Judicial e Sua Função na Sucessão Patrimonial 

O inventário judicial é o processo pelo qual ocorre a transferência formal dos bens e direitos de uma pessoa falecida para seus herdeiros, conforme previsto na legislação brasileira. Esse procedimento é necessário quando não há consenso entre os herdeiros ou quando há menores de idade ou incapazes envolvidos na sucessão.  

Durante o inventário, o juiz nomeia um inventariante, responsável por administrar os bens até que ocorra a partilha final entre os herdeiros. O processo pode incluir auditorias, pagamento de dívidas e tributos como o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). 

Embora essencial para a transferência legal do patrimônio, o inventário judicial costuma ser demorado, complexo e custoso, muitas vezes acarretando conflitos entre os herdeiros. 

Apresentação do Conceito de Holding Familiar como Alternativa para Planejamento Sucessório 

Uma holding familiar é uma empresa criada com o objetivo de centralizar e administrar os bens e participações societárias de uma família. Em vez de os bens serem distribuídos diretamente entre os herdeiros, eles são transferidos para a holding, que passa a administrá-los de forma integrada. As ações ou cotas da empresa são então distribuídas entre os membros da família, o que permite antecipar a sucessão e evitar a necessidade de inventário no futuro. 

A holding familiar oferece vantagens como redução de custos com impostos, proteção patrimonial contra riscos externos e evita disputas ao estabelecer claramente os direitos e deveres dos sócios familiares. Além disso, permite um planejamento sucessório mais eficiente, garantindo a continuidade dos negócios e preservação dos bens familiares. 

Propósito do Artigo: Comparar os Dois Métodos para Entender Qual é Mais Vantajoso 

O objetivo deste artigo é comparar o inventário judicial e a constituição de uma holding familiar como formas de sucessão patrimonial, destacando os pontos fortes e fracos de cada abordagem. O inventário é um procedimento essencial quando não houve um planejamento sucessório anterior, mas pode ser longo e oneroso. Por outro lado, a holding familiar permite maior controle e antecipação das transferências patrimoniais, mas requer uma estruturação prévia e acompanhamento especializado. 

Ao final, esperamos esclarecer qual desses métodos é mais adequado dependendo do perfil e das necessidades da família, ajudando você a decidir o melhor caminho para preservar seu patrimônio e evitar conflitos futuros. 

Inventário Judicial: Características e Procedimentos 

O que é o Inventário Judicial e Quando Ele é Obrigatório 

O inventário judicial é o processo legal que formaliza a transferência do patrimônio de uma pessoa falecida para seus herdeiros, conforme determinado pela lei brasileira. Esse procedimento é obrigatório quando há discordância entre os herdeiros, menores de idade, ou incapazes envolvidos, ou se o falecido deixou dívidas relevantes. Ele é conduzido por meio de um processo no Poder Judiciário e supervisionado por um juiz, que garante que a partilha seja realizada de forma justa e de acordo com as disposições legais e testamentárias, se houver um testamento válido. 

Etapas do Inventário 

Nomeação de Inventariante e Levantamento de Bens 

A primeira fase do inventário é a nomeação de um inventariante, normalmente um herdeiro ou cônjuge sobrevivente, que será responsável por administrar os bens enquanto o processo estiver em andamento. Cabe ao inventariante levantar todo o patrimônio deixado pelo falecido, incluindo imóveis, contas bancárias, participações societárias e outros ativos. Ele também deve apresentar dívidas e obrigações pendentes. 

Avaliação e Pagamento de Impostos (ITCMD) 

Após o levantamento dos bens, é feita uma avaliação patrimonial para determinar o valor total da herança. Com base nesse valor, é calculado o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), que varia de acordo com as alíquotas estabelecidas por cada estado. O pagamento do ITCMD é obrigatório para que o processo avance e a partilha possa ser homologada. 

Partilha de Bens e Homologação Judicial 

Após a quitação dos impostos e eventuais dívidas, o juiz valida a partilha de bens entre os herdeiros, seja de acordo com um testamento ou pela divisão legal estabelecida no Código Civil. A homologação judicial é a etapa final, quando a propriedade dos bens é formalmente transferida para os herdeiros, encerrando o inventário. 

Duração Média e Custos Associados 

O inventário judicial é um processo que pode ser longo, com uma duração média de 6 meses a 3 anos, dependendo da complexidade do caso, do número de bens envolvidos e de possíveis disputas entre os herdeiros. Em casos mais complicados, pode se estender ainda mais. 

Os custos incluem: 

  • Honorários advocatícios, que variam entre 6% e 10% do valor da herança. 
  • Imposto ITCMD, cuja alíquota pode chegar a 8% do valor dos bens em alguns estados. 
  • Taxas processuais e eventuais custos periciais para avaliação de ativos, além de despesas cartoriais para a regularização dos bens. 

Principais Desafios e Problemas Comuns 

Conflitos Familiares 

Um dos maiores obstáculos nos processos de inventário judicial são os conflitos entre herdeiros, especialmente em famílias que não possuem um planejamento sucessório claro. Divergências sobre a divisão dos bens podem atrasar o processo e, em casos mais graves, levar a disputas judiciais prolongadas, desgastando as relações familiares. 

Demora no Processo e Aumento de Custos 

A burocracia e a lentidão do sistema judicial contribuem para que muitos inventários se arrastem por anos. A morosidade pode aumentar significativamente os custos com honorários e taxas, além de causar prejuízos aos herdeiros, que ficam impedidos de utilizar ou vender os bens enquanto o processo não é concluído. Em situações mais complicadas, a demora pode acarretar a desvalorização de ativos, gerando ainda mais perdas para a família. 

O inventário judicial é um procedimento necessário em muitos casos, mas pode se tornar um processo lento e oneroso. Por isso, o planejamento sucessório por meio de alternativas como a holding familiar tem ganhado força, oferecendo mais agilidade e controle sobre a partilha do patrimônio. 

Holding Familiar: Características e Benefícios 

Definição e Objetivo da Holding Familiar 

A holding familiar é uma empresa constituída para gerir e proteger o patrimônio familiar. Em vez de os bens serem distribuídos diretamente entre os herdeiros, eles são transferidos para a holding, que passa a administrá-los. As ações ou cotas dessa empresa são distribuídas entre os membros da família, permitindo um controle unificado dos ativos e maior eficiência no planejamento sucessório. 

O principal objetivo é facilitar a sucessão patrimonial, evitando a necessidade de inventário e, ao mesmo tempo, reduzir conflitos e custos associados à divisão de bens após o falecimento dos titulares. A holding pode abranger diferentes tipos de ativos, como imóveis, participações societárias e investimentos financeiros. 

Como Funciona a Constituição de uma Holding e Transferência de Bens 

A constituição de uma holding familiar envolve alguns passos fundamentais: 

  • Escolha da estrutura jurídica: A holding pode ser uma sociedade limitada (LTDA) ou sociedade anônima (S.A.), dependendo das necessidades da família. 
  • Elaboração do contrato social ou estatuto: O documento define as regras de governança, direitos e responsabilidades dos sócios. 
  • Transferência dos bens para a holding: Os bens são integralizados no capital social da empresa ou transferidos para a administração da holding, garantindo que a propriedade e o controle permaneçam sob a empresa. 
  • Distribuição das cotas ou ações: As cotas ou ações da holding são distribuídas entre os familiares, antecipando a partilha e evitando o inventário no futuro. 

Uma vez criada, a holding pode realizar reuniões periódicas para definir a gestão dos ativos e administrar o patrimônio de forma alinhada aos interesses familiares. 

Vantagens da Holding Familiar 

Redução de Custos e Impostos 

A criação de uma holding familiar pode trazer benefícios fiscais, como a redução do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). Além disso, o planejamento sucessório por meio da holding evita os custos elevados de um inventário judicial, como honorários advocatícios e taxas processuais. 

Simplificação da Sucessão Patrimonial e Prevenção de Conflitos 

Com a transferência antecipada de bens para a holding e a distribuição de cotas entre os herdeiros, a partilha é simplificada e pode ser ajustada previamente, reduzindo a chance de disputas. A governança clara estabelecida pela holding define os direitos de cada membro da família, evitando conflitos futuros. 

Proteção Patrimonial e Controle Administrativo 

A holding funciona como uma blindagem patrimonial, protegendo os bens familiares de riscos externos, como processos judiciais ou dívidas pessoais dos herdeiros. Além disso, a holding mantém controle administrativo centralizado, o que facilita a gestão dos ativos e a continuidade dos negócios familiares. 

Custos Envolvidos na Constituição e Manutenção da Holding 

Embora a holding ofereça benefícios, sua constituição e manutenção envolvem custos iniciais e operacionais. Alguns dos principais custos são: 

  • Honorários de advogados e consultores para a criação da estrutura jurídica e definição do contrato social. 
  • Taxas de registro e regularização junto aos órgãos competentes. 
  • Manutenção contábil e fiscal: A holding precisa manter registros contábeis e apresentar declarações fiscais anuais, o que pode gerar despesas administrativas. 
  • Custos com auditoria e compliance, especialmente se a holding administrar um volume significativo de ativos ou negócios. 

Embora esses custos possam ser significativos no início, a economia com impostos e a eficiência na gestão patrimonial a longo prazo costumam compensar o investimento. 

Comparação: Inventário Judicial x Holding Familiar 

Tempo e Agilidade: Qual dos Métodos é Mais Rápido? 

O inventário judicial é um processo geralmente lento e burocrático, podendo durar de 6 meses a vários anos, especialmente se houver disputas entre herdeiros ou questões jurídicas complexas. Além disso, o trâmite depende da disponibilidade do sistema judiciário e do andamento de procedimentos como auditorias e avaliação de bens. 

Por outro lado, uma holding familiar proporciona maior agilidade na sucessão. Como os bens já estão sob o controle da empresa e as cotas são distribuídas em vida, não há necessidade de inventário judicial após o falecimento. Isso evita interrupções nos negócios ou na administração do patrimônio, garantindo uma transição imediata e eficiente. 

Custos Totais: Honorários, Impostos e Taxas 

Os custos associados ao inventário judicial podem ser elevados. É comum que os honorários advocatícios variem entre 6% e 10% do valor da herança, além das taxas processuais e periciais. O Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), que pode chegar a 8%, também incide sobre os bens partilhados. 

Com a holding familiar, os custos iniciais envolvem honorários de advogados e consultores para a criação da empresa e a transferência de bens. Embora essa estruturação possa ser custosa, ela evita as despesas de um inventário judicial no futuro. Além disso, é possível planejar a doação das cotas da holding com redução na carga tributária do ITCMD, se realizado em vida. 

Flexibilidade: Adaptação às Necessidades Familiares e Objetivos de Longo Prazo 

O inventário judicial tem uma estrutura rígida e segue os prazos e procedimentos legais, o que pode limitar sua flexibilidade. Qualquer alteração na partilha ou nas decisões depende da autorização judicial, o que pode atrasar ou complicar a sucessão. 

A holding familiar oferece maior flexibilidade e permite que a família personalize as regras de governança e distribuição de cotas. O contrato social ou estatuto pode ser adaptado às necessidades específicas, com cláusulas de proteção patrimonial, regras de saída para sócios e mecanismos de sucessão planejada. Isso garante que o patrimônio atenda aos objetivos de longo prazo da família e dos negócios. 

Riscos e Conflitos: Análise das Probabilidades de Litígio e Complicações 

O inventário judicial pode gerar conflitos familiares, especialmente quando não há um planejamento sucessório claro. Disputas pela divisão de bens são comuns e podem prolongar o processo, aumentando os custos e desgastando as relações familiares. 

Na holding familiar, como os bens já estão organizados e as cotas distribuídas, há menos espaço para litígios. A governança clara definida no contrato social minimiza disputas, pois os direitos e deveres dos sócios são previamente estabelecidos. No entanto, é importante que o planejamento seja bem executado e revisado periodicamente para evitar problemas futuros. 

Aspectos Fiscais e Tributários: Impostos Envolvidos em Cada Opção 

No inventário judicial, o principal imposto é o ITCMD, que incide sobre o valor total dos bens transferidos para os herdeiros. Além disso, há custos com certidões, taxas processuais e cartoriais. A falta de planejamento pode levar a uma tributação mais alta e gerar atrasos na partilha. 

A holding familiar oferece mais oportunidades de planejamento tributário. A transferência de bens pode ser feita com isenção ou redução de ITCMD, especialmente se a doação das cotas for realizada de forma gradual e em vida. Além disso, a holding permite que a família opte por regimes tributários mais favoráveis para a administração dos negócios, reduzindo a carga fiscal ao longo do tempo. 

Conclusão da Comparação 

A escolha entre inventário judicial e holding familiar depende das prioridades e necessidades da família. O inventário judicial é necessário em casos de ausência de planejamento, mas pode ser demorado e custoso. Já a holding familiar exige antecipação e estruturação, mas proporciona agilidade, controle e economia a longo prazo. 

Cenários Práticos: Quando Cada Opção é Mais Vantajosa 

Casos em que o Inventário Judicial é Inevitável ou Preferível 

Embora o inventário judicial possa ser mais lento e oneroso, ele é inevitável em determinadas situações, como: 

  • Falta de planejamento sucessório: Quando o falecido não estruturou uma holding ou não fez doações em vida, o inventário judicial é a única forma legal de transferir os bens. 
  • Herdeiros menores ou incapazes: A presença de herdeiros que não podem agir por conta própria exige a intervenção judicial para proteger seus interesses. 
  • Testamentos complexos ou disputados: Se houver contestação do testamento ou disputa entre herdeiros, o inventário judicial é necessário para resolver essas questões e assegurar uma partilha justa. 
  • Bens sujeitos a regulação especial: Certos ativos (como bens imóveis rurais ou participações societárias específicas) podem exigir homologação judicial para garantir que a transferência seja válida. 

Em casos de desacordo familiar, o inventário judicial, embora demorado, oferece uma estrutura formal e imparcial para resolver conflitos. 

Situações em que a Holding Familiar Oferece Maior Segurança e Economia 

A holding familiar é especialmente vantajosa nos seguintes cenários: 

  • Famílias com alto patrimônio: Quando há muitos bens a serem administrados, a holding permite organização e controle centralizado, evitando a fragmentação do patrimônio entre herdeiros. 
  • Negócios familiares: A criação de uma holding facilita a continuidade dos negócios, garantindo que a sucessão não interrompa a gestão e preservando a governança. 
  • Planejamento antecipado: A holding permite que o fundador doe cotas aos herdeiros ainda em vida, evitando custos elevados e conflitos futuros. 
  • Redução da carga tributária: A transferência de bens para a holding pode ser planejada para reduzir o impacto do ITCMD e evitar custos com inventário. Além disso, a família pode optar por regimes tributários mais eficientes para os negócios da holding. 
  • Proteção patrimonial: A holding oferece uma camada de proteção contra credores ou ações judiciais pessoais, preservando o patrimônio familiar. 

Exemplo Prático: Comparação de um Inventário Judicial Complexo com uma Sucessão via Holding 

Cenário 1: Inventário Judicial Complexo 

Uma família de classe alta possui vários imóveis, investimentos e uma participação societária em uma empresa lucrativa. Após o falecimento do patriarca, os herdeiros precisam entrar com um inventário judicial. O processo leva mais de dois anos e gera altos custos com honorários advocatícios e taxas de ITCMD sobre o valor total dos bens. Durante esse período, parte do patrimônio é desvalorizada, e conflitos entre herdeiros atrasam a partilha. 

Cenário 2: Sucessão via Holding Familiar 

No mesmo contexto patrimonial, a família constituiu uma holding enquanto o patriarca estava vivo. Os bens foram transferidos para a holding, e as cotas foram doadas aos herdeiros ao longo dos anos, com isenções parciais do ITCMD devido à antecipação da partilha. Quando o patriarca falece, não há necessidade de inventário, e a gestão dos ativos segue normalmente, sem interrupção ou disputa judicial. Os custos iniciais da constituição da holding são compensados pela economia com impostos e pela agilidade na sucessão. 

Conclusão: Em casos de patrimônio significativo ou negócios familiares, a holding familiar é uma opção mais eficiente, econômica e segura. Já o inventário judicial se faz necessário em situações onde não há planejamento sucessório ou quando há conflitos que exigem mediação formal. A antecipação do planejamento é, portanto, fundamental para definir qual opção trará mais benefícios a longo prazo. 

Aspectos Legais e Tributários Importantes 

Tributação sobre Herança (ITCMD) e Como Ela se Aplica em Cada Caso 

O Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) é um tributo estadual que incide sobre a transferência de bens e direitos por herança ou doação. A alíquota do ITCMD varia entre 2% e 8%, dependendo do estado, e aplica-se ao valor total dos bens transferidos aos herdeiros. 

No inventário judicial, o ITCMD é calculado com base na avaliação dos bens na data do falecimento e deve ser pago antes da partilha ser homologada pelo juiz. No caso da holding familiar, os bens são transferidos para a holding em vida, e o ITCMD incide sobre a doação das cotas da empresa aos herdeiros. Com planejamento, é possível realizar doações graduais, diluindo a carga tributária ao longo do tempo e aproveitando isenções ou reduções oferecidas em alguns estados para doações em vida. 

Alterações Regulatórias Recentes que impactam o Planejamento Sucessório 

Nos últimos anos, as regras para planejamento patrimonial e sucessório têm passado por atualizações, principalmente em resposta à pressão por maior transparência e eficiência fiscal. Algumas mudanças importantes incluem: 

  • Possível aumento do ITCMD: Alguns estados brasileiros estudam elevar as alíquotas do ITCMD para 8% ou mais, aproximando-se de padrões internacionais. Isso torna a antecipação da sucessão, via holding familiar, uma estratégia ainda mais vantajosa. 
  • Regulamentação de doações sucessivas: Há maior fiscalização para evitar fraudes em doações fracionadas de cotas. É necessário formalizar e registrar todas as operações para garantir a validade jurídica e evitar sanções fiscais. 
  • Aumento das exigências de compliance: A Receita Federal e órgãos estaduais têm aprimorado seus sistemas de controle para monitorar holdings e verificar se há simulação de operações para escapar de impostos. 

Essas alterações tornam o planejamento sucessório antecipado essencial, pois evitam custos futuros e garantem maior segurança jurídica para as famílias. 

Cuidados Legais na Criação da Holding para Evitar Questionamentos Fiscais 

A criação de uma holding familiar exige uma estruturação cuidadosa para evitar questionamentos fiscais e reclassificação tributária pela Receita Federal. Algumas recomendações essenciais incluem: 

  • Propósito claro e justificável: A holding não pode ser criada apenas para evitar impostos. É necessário demonstrar a finalidade econômica, como a proteção patrimonial, a continuidade do negócio ou a simplificação da gestão dos bens. 
  • Acompanhamento jurídico e contábil: Um erro comum é negligenciar a formalização correta da transferência de bens. É importante que contratos sociais e estatutos sejam elaborados por advogados especializados e que os bens sejam registrados adequadamente. 
  • Regularidade na contabilidade: A holding precisa apresentar balanços anuais e manter todas as obrigações fiscais em dia. Qualquer inconsistência pode gerar auditorias e autuações pela Receita Federal. 
  • Prevenção contra a desconsideração da personalidade jurídica: Se a holding for usada de maneira abusiva para ocultação de patrimônio, pode ser desconsiderada judicialmente, com seus bens expostos a penhoras e processos. 

Seguir essas orientações garante que a holding cumpra todas as normas legais e seja uma ferramenta eficaz de planejamento sucessório. 

Consultoria Especializada: A Importância do Planejamento Adequado 

Quando Buscar Advogados e Consultores Especializados 

Contratar advogados e consultores especializados é fundamental para garantir que o processo de criação de uma holding familiar ou a condução de um inventário judicial seja eficiente e seguro. Recomenda-se buscar consultoria especializada em situações como: 

  • Constituição de uma holding familiar: A presença de especialistas é essencial para definir a estrutura mais adequada e garantir que a empresa esteja em conformidade com a legislação vigente. 
  • Planejamento tributário: Consultores podem identificar maneiras de reduzir impostos legalmente, especialmente no caso do ITCMD e outros tributos. 
  • Gestão de conflitos familiares: Em famílias com potenciais disputas, a mediação por profissionais externos pode evitar que desentendimentos afetem a continuidade dos negócios ou o processo sucessório. 
  • Atualização com novas regulamentações: A legislação tributária e societária está em constante mudança, e consultores especializados mantêm as famílias informadas e alinhadas com as exigências legais mais recentes. 

Importância do Planejamento Antecipado para Evitar Entraves Legais e Conflitos 

O planejamento sucessório antecipado oferece uma série de benefícios que podem evitar problemas futuros, como: 

  • Evitar a necessidade de inventário judicial: A transferência de cotas da holding aos herdeiros em vida facilita a sucessão e evita burocracias após o falecimento. 
  • Redução de conflitos: Com a definição clara de regras de gestão e sucessão por meio de acordos societários, diminui-se o risco de litígios entre herdeiros. 
  • Economia de custos: Ao planejar antecipadamente, é possível diluir o impacto do ITCMD e de outros impostos. Além disso, evita-se o aumento de custos com honorários e taxas judiciais decorrentes de inventários longos. 
  • Manutenção do controle familiar: A holding permite definir quem tomará decisões estratégicas e como o patrimônio será gerido, garantindo a continuidade do legado familiar. 

Exemplos de Consultoria em Sucessão Familiar Bem-Sucedida 

  • Caso de uma empresa familiar com múltiplos negócios: Uma família com atuação em setores variados constituiu uma holding para consolidar todas as empresas. Com a ajuda de consultores, definiram uma governança clara e realizaram a doação gradual de cotas aos herdeiros, evitando atritos e garantindo o alinhamento com práticas ESG. 
  • Sucessão em uma empresa agrícola: Com orientação jurídica e tributária, uma família transferiu terras e ativos rurais para uma holding. Essa estruturação permitiu uma transição tranquila da gestão entre gerações, evitando a divisão do patrimônio e mantendo a continuidade dos negócios. 
  • Holding patrimonial para proteção de ativos: Consultores especializados ajudaram uma família a transferir imóveis e investimentos para uma holding com foco na proteção patrimonial, evitando que dívidas pessoais ou processos futuros atingissem esses bens. 

Esses exemplos reforçam a importância de um planejamento bem assessorado para evitar imprevistos e conflitos, protegendo o patrimônio e garantindo a longevidade dos negócios familiares.  

Resumo das Vantagens e Desvantagens de Cada Opção 

Neste artigo, exploramos as características do inventário judicial e da holding familiar, comparando suas vantagens e limitações no contexto de sucessão patrimonial: 

Inventário Judicial 

Vantagens: Imprescindível em casos de herdeiros menores ou conflitos familiares; garante supervisão jurídica formal. 

Desvantagens: Processo demorado, com custos elevados em honorários e impostos. Pode aumentar o risco de atritos entre herdeiros. 

Holding Familiar 

Vantagens: Facilita a sucessão sem burocracia judicial, reduz custos com impostos (como ITCMD), protege o patrimônio e garante a continuidade dos negócios familiares. 

Desvantagens: Exige planejamento prévio e custo inicial de estruturação, além de assessoria especializada para evitar erros legais e fiscais. 

Cada modelo apresenta prós e contras que podem se adaptar melhor a diferentes cenários e necessidades familiares. 

Recomendação Final: A Importância de Considerar o Perfil da Família e os Objetivos Patrimoniais 

A escolha entre inventário judicial e holding familiar depende diretamente do perfil da família e de seus objetivos de longo prazo. Para famílias com grandes patrimônios e empresas, a constituição de uma holding pode ser a melhor alternativa para garantir uma sucessão eficiente e planejada. Por outro lado, em situações onde o planejamento não foi feito em vida ou há herdeiros menores, o inventário judicial pode se tornar necessário para proteger os interesses de todos. 

Por isso, a decisão deve levar em conta não apenas os aspectos financeiros e legais, mas também os valores e prioridades familiares, garantindo que a solução escolhida esteja alinhada com os objetivos e a dinâmica entre os membros da família. 

“Consulte especialistas e descubra a melhor solução para garantir a tranquilidade na sucessão do seu patrimônio.” 

Contar com advogados, consultores tributários e especialistas em governança familiar é essencial para avaliar todas as opções e definir a estratégia mais adequada.  

Com um planejamento cuidadoso e orientado, é possível assegurar a longevidade do patrimônio familiar e evitar problemas futuros, garantindo que o legado seja transmitido de forma justa e eficiente. 

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